Barack Obama foi à Disney no início do ano falar da facilitação da entreda de chineses, indianos e brasileiros ao país. Até que ponto a facilitação de vistos para brasileiros nos EUA e o acesso a viagens para o exterior interfere no consumo interno?

O Brasil é um país com impostos absurdos, isso é indiscutível. Pelo segundo ano consecutivo, uma pesquisa do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário ), aponta a população brasileira como a que obtém o menor retorno sobre o imposto pago. Isso significa que o governo leva o dinheiro quando temos uma renda, e nos obriga a pagar mais por produtos e serviços pelos impostos embutidos que pagamos. Com isso, perdemos poder de compra. Com o baixíssimo retorno que temos sobre o que pagamos de impostos, somos obrigados a pagar escolas particulares, itens de segurança, planos de saúde e muito mais.

O resultado é simples: perdemos poder de compra pagando impostos, e perdemos de novo quando temos que suprir o que o governo deveria oferecer. As compras no exterior se tornaram uma alternativa para parte do problema.

Compramos lá fora produtos idênticos, pela metade do preço. Fugimos de impostos abusivos e ainda fazemos turismo. O brasileiro está consumindo no exterior, e depois disso, fica difícil comprar dentro do próprio país. Quem viaja volta com uma sensação de prejuízo a cada compra que faz, e muitas vezes, passa a esperar a próxima viagem, ou a de um conhecido.

Isso impacta na nossa economia, e também no mercado. As marcas brasileiras veem seu consumidor optar pela compra de itens de luxo em viagens ao exterior. Marcas internacionais, como Guess, Armani e CK, têm como maiores concorrentes suas lojas no exterior. Isso torna o fortalecimento da imagem, para marcas nacionais, e o relacionamento com o consumidor, para as internacionais, fatores primordiais para manter a competitividade.

O marketing tem que estar atendo a tudo, até ao que o Obama fala na Disney.

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