A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou em janeiro pesquisa realizada pela Nielsen, que monitorou as vendas de alguns produtos. Um dos itens que chamou a atenção foi a cerveja, que apresentou um crescimento de 2,3% em relação a 2010. Em 2010, as venda haviam sido 17,8% maior que em 2009. O pequeno crescimento surpreendeu o setor e puxou para baixo o faturamento anual.
A categoria cerveja é fundamental no faturamento dos supermercados, e costuma puxar o índice para cima, apresentando crescimento de vendas acima da média. A pergunta que vem após um resultado desse é: qual o motivo do menor crescimento? Segundo Sussumu Honda, presidente da Abras, o frio no final do ano colaborou com a desaceleração da venda de bebidas. É possível, mas um crescimento de 15,5% não pode ser reflexo apenas de um período do ano. É resultado de um comportamento do consumidor.
Se a cerveja decepcionou, o vinho se destacou, registrando aumento de 34,9%, com crescimento expressivo tanto dos nacionais quanto dos importados. Um crescimento de 34,9% se justifica por alterações climáticas? Também não.
O consumidor brasileiro tem refinado seu paladar e seu consumo. Se o mercado de vinhos cresce, se o mercado de cervejas especiais cresce, é provável que a cerveja “comum” sinta o impacto. O país cresce economicamente, e mais pessoas se dispõe a pagar mais pelo mais sofisticado.