Desde 2008 o mercado de luxo impressiona, e os números expressivos o tornaram o nicho a ser explorado, a bola da vez. Consultorias especializadas, marcas com posicionamento cada vez mais exclusivo, novos espaços de compra voltados a este mercado, e uma invasão de grifes internacionais no país.

Em 2010 a pesquisa da FGV que apontou a classe C como maior parte da população brasileira pela primeira vez na história criou outro efeito em cadeia, outro promissor nicho de mercado. Outras pesquisas indicam que esta nova classe C quer custo benefício, mas também consome o luxo, percebe as marcas como um enorme benefício. Hoje movimenta, e muito, o mercado voltado para a classe AB do país.

O que muitos não percebem é que o crescimento econômico do país tem criado um fluxo em que um público impulsiona o consumo do outro. A participação da classe C no mercado de luxo não é só como compradora, mas como estímulo para que um novo nível de produtos e serviços exclusivos apareça.

O que a parcela da população que tem muito dinheiro quer é exclusividade, comprar experiências de vida que não são acessíveis para todos. Já a classe média deseja chegar o mais próximo possível dessas experiências. Numa espécie de Tom e Jerry, uma corre atrás da outra, e a outra tenta se distanciar da uma.

Um exemplo disso é a criação de cinemas exclusivos, com ingressos a R$50, poltronas executivas, serviço de atendimento dentro da sala, champagne e pipoca trufada para os espectadores. O cinema foi durante um tempo inacessível para grande parte da população. Hoje, em um país em que o dinheiro circula cada vez mais, é acessível para quase todos. A popularização criou a demanda para a sofisticação.

Vamos acompanhar esse fenômeno em vários mercados, do setor automobilístico ao de bebidas. Temos cada vez mais funcionalidades disponíveis para os carros, mais cervejas especiais em restaurantes e opções de lazer e consumo mais exclusivas. O crescimento da classe média está ampliando o mercado de luxo no país.

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