O Brasil vem em um avanço econômico notável, tem a menor taxa de desemprego dos últimos 20 anos e um PIB que desde 2003 cresce em média 4% ao ano. Esse momento impacta muito o consumo do brasileiro. Com a melhor condição financeira a demanda dos consumidores por serviços superou a oferta.
A regra básica da economia já diz, quanto maior a demanda maior o preço. Somado isso à inflação que o crescimento econômico gera, observa-se um considerável aumento em serviços importantes. Nos últimos 12 meses, comer fora de casa ficou 12,7% mais caro, estacionar o carro 10,9%, a mensalidade das escolas aumentou 9,1%, o aluguel subiu 9,9% e a consulta do médico está 10,4% mais cara, segundo a Quest Investimentos. Os valores são praticamente o dobro do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em já altos 6,5%.
Na matéria do estadão sobre esse aumento eles relatam a dificuldade de se conseguir voos, hotéis e táxis em São Paulo. O táxi na capital paulista custa três vezes mais caro que em Buenos Aires, e ainda assim, o aumento da tarifa em 16%, feito em novembro, não alterou a demanda. Segundo Fábio Ramos, economista da Quest Investimentos, o ritmo de crescimento do país é insustentável.
Acredito que o Brasil possa sim ser obrigado a desacelerar o crescimento. Além do que temos visto no nosso dia a dia, há uma forte preocupação internacional com a situação econômica da América do Sul. Existe o medo de que os países não suportem o superaquecimento econômico, não segurem a inflação e entrem em crise. O FMI declarou que vê risco econômico no Brasil, gerado pelo aumento das commodities no mundo, a entrada de capital estrangeiro atraído pelos juros, a facilidade de crédito e a valorização do Real.
Ainda assim, provavelmente acompanharemos os preços dos serviços subir. Rapidamente se não houver desaceleração, ou gradualmente se o país acertar os ponteiros do crescimento.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo