A Positivo informática é um case de sucesso indiscutível. Para quem nunca assistiu o programa da Management TV sobre a empresa, recomendo. Um case de estratégia, de visão de mercado e também de empreendedorismo. Com o boom da Classe C no país e os incentivos do governo a empresa se consolidou como líder no setor de informática, popularizando desktops e notebooks. Preços acessíveis que atraíram muitos consumidores, e resultou em uma liderança de 25 trimestres, mais de 6 anos, com uma participação de mercado que em Janeiro de 2010 era superior à soma de market share dos 3 principais concorrentes.
Mas este não é um case sobre a Positivo. Na verdade a intenção do primeiro parágrafo é valorizar ainda mais o feito da HP, que conquistou o posto de líder como a marca de computadores com mais unidades vendidas no Brasil. Em novembro de 2010 uma matéria do Estadão já indicava a aproximação da HP, que ultrapassou a Positivo em faturamento, ficando com 16% do faturamento do mercado contra 12% da empresa brasileira, e estava apenas 2% atrás em unidades vendidas.
A justificativa da Positivo é a eleição de 2010. Tendo o governo como principal cliente a empresa foi prejudicada pelo cancelamento ou atraso dos pedidos, já que as compras do estado são limitadas durante o período eleitoral. Com os resultados dependendo mais do desempenho do varejo o número de vendas caiu bruscamente, e o balanço trimestral da Positivo mostrou um prejuízo líquido de R$30,3 milhões. No primeiro trimestre de 2010 houve um lucro de R$36,9 milhões. Na comparação a variação negativa ultrapassa os R$60 milhões.
É possível que no decorrer do ano a HP perca a liderança em número de vendas novamente, mas mesmo que isso aconteça os resultados da empresa no Brasil já são muito bons. Além de acirrar a concorrência e a briga pela liderança a empresa conquistou os bons resultados com uma estratégia de mercado que foca na diferenciação. Enquanto a Positivo busca a liderança em custos, com produtos mais baratos e focados na classe média, a HP tem computadores com melhores configurações e acabamento, em sua maioria mais caros que os produtos positivo.
Nesta briga, quando o governo comprou menos, o consumidor do varejo fez a diferença, e escolheu o produto com maior diferenciação e marca mais forte.